“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”, Carl Jung
Se você chegou até aqui, certamente também é uma pessoa fascinada pelo incrível mundo da mente humana. Aqui vamos falar um pouco sobre a psicoterapia e alguns assuntos que permeiam a sua história.
E encontrará:
- Diferença entre terapia e psicoterapia
- Surgimento
- Benefícios
- E, afinal, o que é psicoterapia?
- Quais as principais abordagens
Diferença entre terapia e psicoterapia
Antes de falarmos sobre a psicoterapia, propriamente dita, é importante esclarecer uma dúvida muito comum entre terapia e psicoterapia. A confusão é normal por acharem elas são a mesma coisa, porém não são. Terapia vem do grego therapeia, do verbo therapeúo que significa “o ato de curar”, ” prestar cuidados médicos”, e diz respeito ao tratamento de qualquer enfermidade.
Já a psicoterapia, também vem do grego. O acréscimo do prefixo “psico” — que vem de psyké e quer dizer “mente” ou “alma” —, sendo assim na psicoterapia, a mente é tratada como um todo e são investigados todos os fatores que podem estar interferindo na sua saúde mental.
Surgimento da psicoterapia
A psicoterapia como conhecemos hoje, surgiu em meados de 1879 com a abertura do primeiro laboratório dedicado à psicologia por Edward Titchener, na Alemanha.
A verdade, por outro lado, é que a psicologia sempre esteve presente desde a antiguidade e se manifestava de muitas maneiras, como no exemplo de curandeiros, de danças xamanísticas, etc. Pois havia a crença de que o sofrimento mental era causado por entidades malignas, no argumento movido pelo debate entre a luta do bem contra o mal.
Por volta de 200 a.C. os filósofos gregos já começaram a estudar a “alma humana”. Depois, com a revolução científica, no período chamado de pós-iluminismo, entre os séculos 18 e 19, o argumento sobrenatural foi dando lugar à razão, ou seja, aos estudos científicos e pragmáticos.
Com o intuito de conhecer melhor a mente humana e promover a qualidade de vida do ser humano, foi aí que nasceu a psicoterapia. Como explicamos um pouco acima, foi em 1879, com a criação do laboratório de psicoterapia, na Alemanha.
Aqui no Brasil, a psicoterapia teve início no começo do século 20, com os cursos de formação de professores e de pedagogia, e posteriormente com a “psicologia industrial”, ocasionado pela industrialização dos centros urbanos do país.
Em 1950 começaram a surgir os primeiros cursos voltados à formação específica em psicologia e, em 27 de agosto de 1962, a profissão foi regulamentada pela Lei Federal n° 4.119.
E, afinal, o que é psicoterapia?
Como já explicamos, de forma geral, a psicoterapia é dedicada a tratar dos transtornos mentais e, também, promover a restabelecer a saúde dessa região humana tão complexa. Psicoterapia é muito mais do que “falar com alguém” sobre os seus problemas e dificuldades.
O psicoterapeuta tem como principal intuito te ajudar a enxergar com mais clareza seus defeitos e qualidades e assim potencializar o que há de melhor dentro de si, além de entender os mecanismos de autossabotagem, por exemplo.
Benefícios da psicoterapia
Muitos adeptos da psicoterapia sabem que os benefícios são inúmeros e é muito comum ouvir que é um grande “divisor de águas” na vida deles. Esse tipo de terapia permite você acessar o seu “eu” interior a tal ponto que você consiga conviver com os seus medos, saiba seus limites e consiga falar sobre eles. Além disso, a psicoterapia ensina a lidar melhor com os seus sentimentos, e é capaz de auxiliar na superação de vícios e dependências emocionais.
Ainda há mais outros benefícios do que o relatado até aqui, estamos falando de uma melhora significativa na autoconfiança, autocontrole, inteligência e maturidade emocional. Claro que é preciso haver constância e comprometimento, tanto do paciente quanto do profissional, para poder chegar em todos esses benefícios. E o mais importante: chegar no cuidado de si próprio.
Assim como toda e qualquer terapia ou tratamento, o seu sucesso depende do desejo de melhora do próprio indivíduo, pois, a partir disso, o paciente terá maior interação com o profissional e mais empenho no processo.
Para quem é indicada a psicoterapia
Se você acha que a psicoterapia é indicada somente a quem está com algum sofrimento mental, como depressão e ansiedade, então, você está tremendamente enganado. A terapia é indicada a toda e qualquer pessoa que queira aprender a lidar com as suas questões emocionais, a lidar com o próximo e outros benefícios já citados neste artigo.
A saúde mental precisa ser tratada e levada a sério tanto quanto o fazer um exercício físico, por exemplo. Inclusive, em um mundo ideal, seria necessário o acompanhamento psicológico nas escolas, desde a infância.
Apesar de saber de todas as qualidades que falamos aqui, existe muito preconceito em relação a procurar um profissional de saúde mental. Isso acontece seguido do pensamento antigo de que o psicólogo é o “camarada que cuida de doido” e, também, há quem diga que problemas de saúde mental “são frescura”.
Durante a pandemia, dados mostraram que houve uma boa procura por profissionais de saúde mental, ocasionado pelo isolamento social.
A pesquisa foi feita pelo Ministério da Saúde, onde foram ouvidas cerca de 2,3 mil pessoas. Dessas, 29,33% contaram que procuraram apoio profissional especializado, outros 20% procuraram por serviços particulares.
Pouco mais de 34% informaram que não procuraram ajuda, porém gostariam de ter apoio psicológico, principalmente para lidar com a ansiedade (78%) e o estresse (51,9%).
Quais as principais abordagens
Na psicologia, assim como em qualquer outro ofício, existem vertentes e especialidades, mas todas convergem para o mesmo fim: a melhora emocional do paciente. A seguir listaremos brevemente as linhas teóricas mais utilizadas.
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Psicanálise
Com certeza a mais difundida e conhecida do grande público, e conta com Sigmund Freud como o idealizador. Essa teoria tem como base e objeto de estudo: o inconsciente. Ela busca através de associações livres fazer com que o indivíduo verbalize fatos reveladores que até então não eram de conhecimento nem pela própria pessoa.
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Behaviorismo
É, em outras palavras, a Psicologia Comportamental na qual acredita-se que o ambiente tem interferência direta no comportamento do indivíduo e nossas ações dependem das seguintes relações funcionais: estímulo antecedente — resposta comportamental — consequência, ou seja, a partir da análise do comportamento pode-se mudar certos padrões.
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Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Apesar de ter como ponto de partida o behaviorismo, a TCC difere-se, pois leva em consideração a influência da cognição, dos pensamentos, e como eles interferem na sua percepção de mundo. O terapeuta cognitivo vai trabalhar diretamente nos seus padrões e esquemas mentais até chegar na crença central que desencadeou a disfunção emocional.
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Psicologia Humanista
Essa vertente defendida por Carl Rogers costuma ter um resultado mais eficaz para pessoas centradas na autocrítica, baixa autoestima, entre outros, pois um dos seus pilares é aceitação incondicional. Fazendo com que o próprio cliente — como o indivíduo é chamado nessa abordagem —, chegue à resposta que procurava.
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Fenomenologia
Essa corrente tem berço na filosofia onde encontrou um lugar propício para o que o indivíduo se perceba como “ser no mundo” e que ele é o único responsável pelo seu futuro. Neste sentido, o terapeuta irá guiar o paciente para esta autoanálise.
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Análise Junguiana
A frase que abre este artigo é deste teórico que deu nome à essa corrente que diz sobre a personificação do inconsciente, neste sentido, é comum a utilização de desenhos, pinturas, entre outras.
A mente humana é realmente fascinante, não é?! Gostou do tema abordado? Tem alguma sugestão?
Nos mande sugestões de temas que queiram que sejam abordados aqui.
Até a próxima!